O filho de mil homens - Valter Hugo Mãe

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Acabei há pouco de ler este livro e ainda estou embasbacada. Há muito tempo que não lia algo tão belo. Este livro tirou-me o sono, fez-me adiar as horas de ir dormir, fez-me quase perder os transportes para o trabalho e desejar ter dias de férias para o ler todo de seguidinha.

Tudo é belo aqui, a começar pelas personagens, únicas e distintas, tão simples nas suas necessidades e pretensões. Temos Crisóstomo, que só queria ser pai, e Camilo, que queria ser filho, e o mar encarregou-se de os juntar. Temos Isaura, mulher feia e magra, já não virgem, que se fechou para o mundo por achar que o mundo já não a queria. Há a Maria, mãe de Isaura, que de repente acordou com sotaque francês e custava-lhe ouvir a própria voz, até se calar. O Antonino, o maricas de desejos incompreendidos, odiado e desprezado por todos, olhado com malícia até pela própria mãe. E temos muitas mais vozes, tão características e tão diferentes que só podiam ter saído de uma mente sensível como a de Valter Hugo Mãe.

Estas personagens cruzam-se e fazem tudo fazer sentido. As suas relações são de uma beleza cheia de ensinamentos, e de entre os mais importantes destaca-se a importância da família, não a que provém do sangue, mas sim da partilha da solidão e da compreensão mútua. A família que se gera entre desconhecidos porque precisamos uns dos outros, não porque laços nos obrigam. Porque gostamos uns dos outros.

O filho de mil homens
Autor: Valter Hugo Mãe
Ano: 2011
Editora: Alfaguara
A nossa pontuação: ★★★★★
Disponível no site Wook.

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