Histórias são magia e descoberta de novos mundos. Ler é uma aventura que começa quando somos crianças, aventura que nunca deverá ser descurada e que bem regada dará frutos para toda a vida. E estas secções para crianças em bibliotecas oferecem um mundo tão imersivo que elas não vão querer sair de lá.

É importante estimular a leitura junto dos mais novos numa era em que a tecnologia lhes rouba toda a atenção e onde o velho e bom hábito de ler se vai perdendo, infelizmente. Estas bibliotecas fazem um óptimo trabalho em captar e manter novos leitores e 'só' por isso estão de parabéns e que sejam fonte de inspiração!

Saibam mais sobre elas no site Goodreads.







Hoje é dia de Momentos Wook! 

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É em tom cómico e acutilante que começa a narrativa. Esbarramos numa linguagem diferente de tudo o que já lemos, como se se tratasse de uma conversa informal, sincera e sem necessidade de artifícios. É-nos apresentado Joel Strosse como protagonista de uma história que dá muitas voltas e muitas alfinetadas aqui e ali.

Joel meteu na cabeça, aos 50 anos, ser militante do PCP. O destino põe-lhe à frente Jorge, amigo de uma juventude há muito ida, professor, ele próprio ligado à política. Joel, enfiado numa vida algo enfadonha e sem propósito, vê no partido a oportunidade tardia de sentir pertença e camaradagem. Quer tanto, que desespera, todo o livro, por uma resposta às suas preces. Entre Lisboa e a Caparica, seguimos as vidas de Joel, da esposa, as suas desesperanças no trabalho, as suas aspirações políticas, a relação com Jorge, e Eduarda Galvão, jovem jornalista que se vai impondo na vida de toda a gente.

Quem já leu Mário de Carvalho sabe reconhecer a sua escrita em qualquer lado e é um prazer ler o autor. Se há alguém que domina a língua portuguesa, é ele. E ensina-nos tanto, como quem não quer a coisa, durante a trama, que damos por nós a aprender enquanto desfrutamos de uma divertidíssima história. O autor fala constantemente com o leitor, puxa-o, rouba-lhe a atenção, faz piadas, goza com as situações e consigo próprio num discurso crítico, inteligente e único.

Tenho grande orgulho de ter tido Mário de Carvalho como professor na Escola Superior de Comunicação Social. Aprendi à séria, e as coisas por ele transmitidas têm perdurado ao longo dos anos. Nunca me esqueci. Para além disso, tem uma história de vida impressionante que eu na altura desconhecia. Lutou contra o fascismo, foi preso pela polícia política, sofreu privação do sono durante 11 dias e foi exilado na França e Suécia. Um escritor que carrega consigo uma bagagem como poucos e com quem tive o prazer de trocar algumas ideias sobre os assuntos.

Era Bom Que Trocássemos Umas Ideias Sobre o Assunto
De: Mário de Carvalho
Ano: 1995 (reedição de 2014)
Editora: Porto Editora

A nossa pontuação: ★★★★☆

Disponível no site Wook.
A Câmara Municipal de Guimarães está de parabéns por esta iniciativa tão original - dez passadeiras foram decoradas com frases de escritores para celebrar os 150 anos do nascimento de Raul Brandão, escritor que viveu na freguesia de Nespereira. A efeméride assinala-se em 2017 e até lá vão ser várias as iniciativas para a assinalar.

Este projecto em particular chama-se "Guimarães Passo a Passo" e esta passadeira em baixo foi a primeira a ser inscrita. No total são dez, de vários escritores, com especial enfoque em Raul Brandão. Acho fantástico o destaque que está a ser dado ao escritor e este projecto específico, que é de tão simples implementação, é um excelente tributo e um meio eficaz de suscitar a curiosidade de todos os transeuntes.

Mais informação no site da C. M. de Guimarães.


Porque passaste horas a ler e já não tens posição, no entanto o vício é tanto que dás por ti a arranjar um esquema de montagem parecido à Torre de Pisa para encostares o livro enquanto folheias...

True Story.



Quando se é fã, não há volta a dar... Estes fãs de alguns livros famosos decidiram marcá-los na pele. Algumas das tatuagens são óbvias e sabemos a que livro se referem, outras nem por isso, usando elementos que não são tão directos. Aqui fica uma compilação, podem ver todas as sugestões e histórias no site Buzzfeed.

The Great Gatsby
To Kill a Mockingbird
 Harry Potter
 Where the Sidewalk Ends / A Light in the Attic
The Hobbit
Cem Anos de Solidão

Lolita
Alice no País das Maravilhas
A Guerra dos Tronos
Where the Wild Things Are
Fight Club
A Laranja Mecânica


Esta música transforma-me. Desperta a romântica em mim, pela voz suspirada do David, pela letra que mostra a ânsia de amar, que se sente sempre mais forte na ausência, num sentimento que nunca pára de crescer e um relógio que nunca pára.

Todos nós já sentimos os cavalos da saudade que nos trespassam numa corrida em busca daquela pessoa, daquele momento, e o amor é feito de memórias do que foi e vontades do que seja. Medos do que podemos perder por tanto querer, enquanto nos perdemos, encontrando-nos no outro.

Uma linda música esta do David, pega num verso de uma da Simone e transforma-a num poema igualmente tocante. Adoro.

Quando dormes
E te esqueces
O que vês
Tu quem és?
Quando eu voltar
O que vais dizer?
Vou sentar no meu lugar

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Isolar para sempre este tempo
É tudo o que tenho para dar

Quando acordas
Porque quem chamas tu?
Vou esperar
Eu vou ficar
Nos teus braços
Eu vou conseguir fixar
O teu ar
A tua surpresa

Adeus
Não afastes os teus olhos dos meus
Eu vou agarrar este tempo
E vou, vou conseguir ficar

Adeus
Não afastes os teus braços dos meus
Eu vou agarrar este tempo,
Eu vou, vou conseguir fixá-lo
Vou conseguir pará-lo

1940. Lisboa. Em plena Segunda Guerra Mundial, a cidade é um porto de abrigo repleta de refugiados que chegam e partem para vários locais do mundo, especialmente para a América. É este o destino dos dois casais protagonistas desta história.

Peter e Julia Winters são expatriados americanos que antes viviam em Paris. Iris e Edward Freleng, também americanos, são escritores boémios que já viveram um pouco por todo o lado. O primeiro contacto entre os casais dá-se na pastelaria Suíça, que passa a ser um dos palcos das conversas e dos encontros dos quatro, que descobrem estar à espera do mesmo barco rumo à América. Pese embora as diferenças que separam o seu estilo de vida, cedo criam laços e exploram juntos as ruas da Baixa Lisboeta, o Rossio, o Castelo, o Cais do Sodré os restaurantes e bares, descritos de forma pitoresca.

Conforme o tempo passa vamos conhecendo, através da voz de Peter, o narrador, as peculiaridades de todas as marcantes personagens. A sua mulher, Julia, judia, vive uma existência triste e enfadada onde nada a entusiasma. Iris é uma mulher aparentemente forte e destemida que parece carregar o mundo, e os outros, às costas. Edward é como uma super estrela, deambulando numa cidade há dois dias como se lá morasse há anos, conhecendo toda a gente e fazendo contactos.

Toda a dinâmica entre os casais muda quando Peter e Edward fazem um passeio sozinhos ao Estoril e inesperadamente e surpreendentemente sucumbem a uma atracção mútua que os ligava nos últimos dias. A ligação e admiração que sentiam um pelo outro transforma-se em algo físico e sexual e dá-se início a algo com que Peter não sabe como lidar. Assistimos à sua luta interior para se compreender a si e a Edward, para conjugar a sua vida com a mulher e para seguir a sua vida depois de descobrir que se sentia atraído por outro homem.

A primeira razão pela qual adorei este livro prende-se com o facto de ser algo surreal ler as descrições que o autor faz de Lisboa. É do outro mundo saber o que um estrangeiro tem a dizer da nossa capital e de forma tão pormenorizada. Aqui, o autor fez um trabalho de casa excelente. É conhecer todo um novo olhar sobre algo que pensamos conhecer bem e é uma lufada de ar fresco. Há pormenores deliciosos de ler, como a primeira vez em que o narrador sobe ao Elevador de Santa Justa ou como descreve Sintra. Para além disso, fiquei a conhecer antros, becos, segredos que desconhecia e é fantástico.

Depois, é uma trama espectacular que nunca nos cansa e onde há surpresas ao virar de cada página. É uma leitura que se faz num instante, alimentada por quatro personagens principais muito bem construídas e alicerçada por um romance sórdido e inesperado entre dois homens casados. Portanto, é um livro que me fez redescobrir Lisboa e as relações humanas.

Dois Hotéis em Lisboa
De: David Leavitt
Ano: 2013 (reedição de 2014)
Editora: Quetzal
Páginas: 296

A nossa pontuação: ★★★★☆
Disponível no site Wook.
Burak Doğan é um designer industrial de Istambul que faz estas estantes inspiradas nos símbolos dos super-heróis, e são um mimo. Embora não caibam lá muitos livros - são mais estilosas do que espaçosas - são fantásticas para o quarto dos miúdos os dos graúdos fãs da banda desenhada. A da Wonder Woman ia ficar tão bem no meu quarto...

Já nos deve ter passado pela cabeça a todos nós, leitores, quando vemos algumas capas de livros, em como ficavam perfeitamente enquadradas numa situação real... Pois bem, estes leitores deram-se ao trabalho de tirar a foto absolutamente perfeita, e os resultados são divertidíssimos! Alguns até parecem saídos da fotografia de capa original. Ora vejam:














Era muito mais proveitoso! 
Das minhas formas de ignorar as outras pessoas, ler continua a ser a minha preferida :)


Se nasceu nos anos 80 ou nas décadas anteriores é provável que, como eu, tenha visto o filme "Tubarão" dezenas de vezes. Era dos meus filmes preferidos quando era miúda e ainda hoje o considero um grande marco do cinema. Em 1975 Steven Spielberg realizou este filme icónico que marcou e continua a marcar gerações, com efeitos avançados para a altura e com uma banda sonora que há-de permanecer para sempre - estou a falar em particular daquele som que surge cada vez que o tubarão se aproxima, reconhecível em todo o mundo.

Finalmente li o livro que inspirou um dos maiores blockbusters de sempre. Foi escrito em 1974 por Peter Benchley e não esperava que fosse tão diferente do filme. Fez-me dar ainda mais valor ao trabalho feito por Spielberg porque transformou a história em algo melhor. Não é que o livro seja mau - até há mais mortes, o que é óptimo - mas o realizador conseguiu focar-se no que é importante e dar um carácter às personagens que o livro não dá.

No livro, há mais personagens e histórias paralelas que vão influenciando a forma como se lida com a situação do tubarão, o que faz com que se demore algum tempo até às tomadas de decisão acerca do animal. Passa-se muito tempo, por exemplo, em torno da questão do fecho ou abertura das praias. As personagens não são assim tão "simpáticas" como são retratadas no filme. Até o chefe da polícia Brody não nos inspira grande confiança. É um homem algo amargurado e violento, embora se preocupe com o bem-estar da população. Hooper, o oceanógrafo, que no filme apenas está preocupado com o tubarão, no livro acaba por ter um caso com a mulher de Brody, o que traz muita animosidade e desconfiança inexistentes no filme. É também dado um grande ênfase a Ellen, a mulher de Brody, e ao que ela sente morando numa pequena vila depois de ter largado a sua vida de luxo na cidade.

Enfim, um dos problemas de ler o livro que inspirou um filme que já se viu imensas vezes é que se está constantemente a estabelecer comparações, e temo não estar a ser muito imparcial. O que é certo é que foi um dos melhores bestsellers de sempre e despertou o interesse do público para os tubarões e para a vida marinha em geral. Tem muitos pontos a favor - há sempre alguma coisa a acontecer, novas personagens a surgir, muita acção, e um aspecto central tão bem construído (o tubarão) que até torcemos por ele. Na minha opinião, o autor dispersa-se demasiado deste aspecto central pelo menos nos dois primeiros terços do livro. O melhor de tudo é que inspirou um dos maiores sucessos cinematográficos de sempre.


Tubarão
De: Peter Benchley
Ano: 1974
(tenho a edição brasileira da editora Ulisseia)

A nossa pontuação: ★★★☆☆
Afinal, por aqui somos uns atletas natos :)


Se gosta de ler, e gosta de ir à praia, apostamos que ler no areal à sombra do guarda-sol a ouvir as ondas é daqueles prazeres imprescindíveis... eu adoro! Mas depois de um certo tempo, torna-se desconfortável. Se estou deitada de barriga para baixo, dói o pescoço, se estou de barriga para cima doem os braços, se estou sentada fico com o rabo dormente e com dores nas costas...

E agora dei de caras com esta maravilha. Tudo nesta espreguiçadeira parece tão confortável... desde aquelas almofadas até à plataforma que tapa o sol. Mais parece uma mesa de massagens feita para nos levar aos prazeres da leitura. Até aquela bolsinha de lado é conveniente! Se fosse mais barata, pensava nisso...


Que idade bonita! Uma das maiores instituições culturais do país faz anos e estamos todos convidados a comemorar e a participar numa série de eventos especiais que fazem parte da festa chamada"Jardim de Verão". A partir de 23 de junho visitem a Fundação Calouste Gulbenkian e podem contar com várias acções, como sessões de leitura, workshops, filmes, dança, concertos, e outros eventos, que terão lugar tanto nos auditórios, salas e galerias, como no belíssimo jardim. Consultem toda a programação aqui.

Como somos bichos das letras, não podemos de deixar de sugerir uma leitura. Esta - "No Melhor Texto Cai a NÓDOA", feita em jeito de piquenique no roseiral, parece-nos muito bem. Vai realizar-se no domingo 3 de julho às 15h00 e conta com os NÓDOA, um projecto que alia a leitura de grandes textos à música. Não sejam tímidos, a entrada é livre!

Feliz aniversário, Gulbenkian!




... que nos protege da ignorância!

 

Para mim a Simone de Oliveira, em si, é um poema. Tive o prazer de a ver ao vivo, com a sua voz rouca e única e fiquei apaixonada pela grandeza da sua pessoa.

Nesta música, letra do genial Ary dos Santos, fala-se de amor: amor por um país, que é mulher e homem, e nação, povo forte, terreno, uno e que se quer livre.

A voz da Simone, a sua presença em palco, transforma esta canção em mais do que um poema a Portugal, mas um hino, que todos reconhecemos e cantamos, com uma liberdade que lutámos por ter e um país que temos de fazer por honrar.

Na extensão da sua letra, escolho o refrão para ser cantado a plenos pulmões e o final que tanto vem a calhar hoje em dia. Devíamos cantar mais e melhor Portugal.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
(...)
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.