O Muro - Jean-Paul Sartre

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Este livro de 1939 é uma colecção de pequenas histórias que valeram o Prémio Nobel a Jean-Paul Sartre em 1964. São marcadas pelo existencialismo e pela profundidade do Eu. Em todas elas muros são erguidos, sejam físicos ou não, em redor dos protagonistas. Muros aparentemente intransponíveis e inultrapassáveis que não são mais do que amarras invisíveis que os prendem, que lhes atrasam os movimentos, o pensamento, que os impedem de prosseguir.

Sartre é mestre em transmitir-nos os terríveis conflitos interiores, nem sempre levados a bom porto, que as personagens enfrentam. Usa e abusa da ironia, do choque, do sexo, da fraqueza do corpo e da mente, da fragilidade das relações. Abre-nos a porta para mentes deturpadas e para dúvidas existenciais que nos afligem. Descreve os cenários, os sentimentos, até as ruas e os cenários, como ninguém. Apresenta-nos pessoas comuns mas extraordinárias, diálogos surreais e situações inusitadas.

Há que destacar a primeira história, "O Muro", que dá nome ao livro, na qual acompanhamos três prisioneiros marcados para morrer. O passar do tempo, dos minutos e dos segundos, as mudanças na luz e no ar, no rosto de todos eles, nos cheiros, é uma delícia de acompanhar. Seguimos o protagonista, Pablo, enquanto se debate, observa, ouve, vê, analisa e age à medida que a manhã da morte se aproxima. É soberbo.

Um autor e filósofo corajoso e polémico, muito à frente do seu tempo.


O Muro
De: Jean-Paul Sartre
Ano: 1939
Editora: Bibliotex
Páginas: 160

A nossa pontuação:      

1 comentário:

  1. Um magnifico livro de um homem que bem merece ser recordado por tudo aquilo que nos ofereceu ao longo da sua vida, um do maiores vultos da cultura do século XX.
    Bom fim-de-semana

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