Ópio - Maxence Fermine

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1838. Charles Stowe é inglês e um enorme apreciador de chá, paixão herdada do pai, proprietário de um estabelecimento de venda de chás. Conhecedor nato, o pai vai-lhe contando histórias mirabolantes sobre a proveniência das mais maravilhosas ervas aromáticas para infusão, em especial um mito sobre chá branco cujo consumo é apenas permitido ao Imperador da China. A curiosidade aguça-se no petiz, que cresce com a vontade de seguir a rota dos chás e saber tudo sobre a sua origem, e também para desvendar se os mistérios contidos nas histórias do pai são verdade.

Embalado por esta paixão, partiu para a China numa aventura de descoberta. Acaba por conhecer um irlandês que concorda em fazê-lo seu protegido para circular livremente numa zona em que os estrangeiros são vistos com maus olhos. Esta parceria acaba por dar frutos e Stowe conhece algumas das mais importantes rodas da engrenagem na produção e distribuição de chá. Mas tudo parece envolto num grande véu de mistério, e ao que parece os segredos partilhados pelo pai são apenas a ponta de um icebergue proibido.

Stowe vê os sítios mais belos que alguma vez imaginou, apaixona-se por uma mulher carismática de olhos verdes e cabelo negro, atravessa vales e montanhas longínquos, até se deparar com o motivo da sua viagem, e aí tudo se revela e desmorona.

É um livro que se lê rapidíssimo (fi-lo em menos de uma hora). A escrita é simples e fluída, e a história segue um ritmo marcado e crescente. O espírito de aventura está patente do início ao fim e dá-nos vontade de lá entrar naquele cenário tão delicadamente descrito. Distinguimos claramente o brilho da luz do dia na China, o cheiro das montanhas, a volúpia dos chás mais raros e enigmáticos, a frescuras dos riachos... Nota-se que o autor tem muito da paixão do protagonista nele, porque apesar de breve, tudo é detalhado com amor.


Ópio
De: Maxence Fermine
Ano: 2002
Páginas: 165
Editora: Quetzal

A nossa pontuação: ★★★☆☆

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