Eu, Lúcifer - Glen Duncan

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É na primeira pessoa que o Diabo, Príncipe das Trevas, Senhor das Moscas, nos conta a sua história. O Velhadas lá de cima convidou-o para uma experiência - passar um mês na pele de um humano, o escritor Declan Gunn (claramente um anagrama do nome do autor, Glen Duncan) e ele aceitou.

Habituar-se a ter um corpo físico não foi fácil (apesar de que fugir às dores e sofrimento eternos por um bocadinho seja bastante agradável), mas isto de ter necessidades fisiológicas, cinco complicados sentidos e, imagine-se, sono e sonhos, é muito esquisito e novo para o Anjo Caído.

Ora isto é uma chance de redenção, mas Lúcifer toma-o como umas férias. No entanto, aprende que ser humano é mais complicado do que aquilo que parece. Ainda por cima, o corpo receptor pertence a um escritor com ideias suicidas, o que lhe dificulta o trabalho simples de aterrorizar toda a gente.

É um livro com um alto nível de sarcasmo e que provoca imensas gargalhadas. É polémico, provocador, e apresenta versões dos acontecimentos fornecidos pelo catolicismo completamente distorcidas e subversivas. A minha maior crítica é o ritmo da acção - é demasiado alto. Está sempre a acontecer qualquer coisa, os acontecimentos são narrados a velocidade máxima e o pensamento do Diabo não é nada linear. A acção tem vários saltos, principalmente temporais e, aliado à velocidade, torna-se difícil acompanhar. Ainda assim, é altamente recomendado a quem gosta de leituras pouco convencionais e que fujam à normalidade.

Eu, Lúcifer
De: Glen Duncan
Ano: 2003
Editora: Publicações Europa-América
Páginas: 240

A nossa pontuação: ★★★☆☆
Disponível no site Wook.

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