A Minha Vida em Livros - O Diário Secreto de Adrian Mole

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A maravilha da literatura é que a há para todos os gostos e todas as idades. Numa certa idade, em que as Austen e as Brontë ainda soam a romance demais para um coração juvenil, alguns livros marcam uma geração.

O meu gosto literário sempre foi muito eclético, para não dizer mesmo epilético, tendo em conta que tanto dava por mim a ler Kafka como a ler o "O Alquimista" (tem que se ler para se criticar!). Isto dito, um dos livros que marcou a minha juventude, pela sua leveza e pela sua ironia, ao mesmo tempo que abordava questões sensíveis sobre os desafios de se ser adolescente, foi o "O Diário Secreto de Adrian Mole aos 13 anos e 3/4".

A verdade é que o Adrian é um rapaz, certo, mas no entanto a sua cabeça de génio tresloucado, com as suas crises existênciais borbulhentas, iam de encontro ao meu sentido de humor juvenil. Nunca tendo sido uma rapariga muito de "raparigar", as aventuras deste adolescente com a sua namorada, os seus pais, os seus rivais, encantaram-me.

O Adrian era um intelectual e um solitário. Sue Townsend, a autora, criou uma personagem com a qual qualquer jovem se consegue identificar, com os seus desejos e ambições de pertencer a um grupo, de fazer parte de algo, de ser alguém, ao mesmo tempo sem perder o seu individualismo especial. No entanto, Sue não se fica apenas pela adolescência de Adrian, vai criar também todo um percurso de vida da personagem até aos seus 40 anos, noutros livros, e até à morte da autora.

É um livro que se recomenda a leitura tanto para os jovens como para os pais. A verdade é que um bom livro serve como um diálogo secreto entre gerações, e este pequeno livro tem bastante para dizer em qualquer que seja a idade do leitor.

Saibam mais sobre o Adrian na Wook.

4 comentários:

  1. O que me ri a ler este livro! Problema foi que o levei para um velório e estive a lê-lo - o esforço que foi conter a gargalhada!

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    1. Imagino! No entanto, essa é uma situação muito ao estilo do Adrian : até nos momentos menos bons, há que manter o sentido de humor.

      Obrigada!

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  2. Também li, sim senhora. Esse e os dois seguintes, que existiam na altura. Não sendo um clássico típico, acho que o acaba por ser à sua maneira.

    (sossega, não estás sozinha nisso do gosto epiléptico :p)

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    1. Sem dúvida! É um clássico porque faz parte da memória juvenil de muitas pessoas.

      (imagino... O que nos vale é que ainda não é pecado juntar na mesma estante o Eça e a Rebelo Pinto! Não que eu tenha lido a senhora, mas fica o exemplo :D)

      (Ou será que já li ?!... ... Oh Diabo!...)

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