Não vou para a praia sem o meu livro, isso é certo. Mas se me esquecesse dele (Deus me livre!) preferia estar numa praia com biblioteca para poder matar o bichinho da leitura.

O site NiT fez um apanhado das praias que vão ter bibliotecas de Verão instaladas em praias de Norte a Sul do país, e totalmente grátis, e nós gostamos disso!

Para consultar aqui.


O livro conta cinco histórias passadas em tempos diferentes, entre 1960 e 1999. Duas das histórias são mais longas e três mais curtas, mas todas têm alguns denominadores comuns - os mais óbvios são algumas das personagens que vão passando de uma história para outra, criando um elo de ligação que não é assim tão trivial e pode demorar algum tempo a entender.

A história maior, e para mim, a mais significativa é a primeira. Bobby Garfield tem 11 anos, é órfão de pai e vive com a mãe, uma mulher amargurada e eternamente casmurra e difícil de lidar. A sua vida muda quando Ted, um velho homem com muita experiência de vida, com muito para ensinar e partilhar, se muda para o mesmo bloco de apartamentos.

Vai iniciar-se uma história de amizade entre um adulto e uma criança, mas que não será pacífica. Vai ser perturbada pelas inseguranças e amarguras da mãe contra os homens no geral e porque Ted está a ser perseguido por uma entidade maligna que não se sabe bem de onde vem, mas que representa um perigo real que Bobby, incrédulo no início, vai fazer tudo ao seu alcance para impedir.

Esta primeira história tem muito de fantasia - principalmente pelos perseguidores de Ted, seres completamente únicos saídos da mente de Stephen King - mas também tem muitos ingredientes capazes de agradar a qualquer um - as maravilhas e problemas da infância, a atribulada relação parental, o sentimento de amizade que não olha à idade, o arrependimento, companheirismo ou o medo crescente são apenas alguns.

As outras histórias, apesar de interessantes, não me vou alongar sobre elas porque não me tocaram especialmente. Tendo em comum a Guerra do Vietmane e muitos pormenores históricos e sociais relevantes, considero que se demoram muito tempo numa prosa sem sumo que custa a encontrar direção.

Uma coisa em comum em todas as histórias é o livro "O Deus das Moscas", de William Golding. Uma obra-prima que é obviamente adorada por Stephen King, que o homenageia de uma forma fantástica, encontrando momentos muito especiais para fazer referências, e arranjou formas também menos óbvias de o fazer ao longo de todo o livro.

Há um filme protagonizado por Anthony Hopkins baseado no livro, mas nunca o vi. Tenho a ideia de que será unicamente focado nas relações interpessoais da primeira história, mas sem poder avaliar fica a vontade de ver. Um livro bem diferente do estilo habitual de Stephen King.

Corações na Atlântida
De: Stephen King
Ano: 2001
Editora: Círculo de Leitores
Páginas: 640

A nossa pontuação: ★★★☆☆

Num mudo cheio de pressões sociais a palavra Liderança surge como uma âncora de esperança para o desenvolvimento pessoal. Liderar na vida pessoal e sermos os condutores da nossa vida são fatores essenciais para se ser feliz, principalmente porque parece ser muito mais fácil ser menos e fazer menos do que dar o melhor de nós todos os dias.

Robin Sharma em "O Líder Sem Título" fala-nos do processo de melhoria de Blake, um funcionário de livraria, frustrado com a sua vida e desesperado com os fantasmas de uma vida militar que o quebrou. Blake conhece Tommy, uma alma sábia, que o vai conduzir ao longo de uma aventura com vários intervenientes mas um só objetivo: como nos tornarmos líderes da nossa vida, sem para isso precisarmos de um título?

Ser o melhor profissional que se pode ser, a melhor pessoa que se consegue ser, dar sempre 100% de nós em tudo o que fazemos, com uma entrega e dedicação em direção ao sucesso, são tarefas desafiantes. Será Blake capaz de libertar o seu espírito de tal forma a que a sua excelência pessoal brilhe mais forte?

Este é também um livro sobre humildade: não importa o que fazemos, todos nós temos uma função no mundo e podemos ser plenos em qualquer coisa que decidamos fazer e isso trará infinitas possibilidades. Com os seus ensinamentos, Robin Sharma desenvolve um plano de crescimento pessoal ( com etapas, siglas interessantes e exercícios fáceis) que permite ao leitor espelhar a viagem de Blake em direção ao seu próprio crescimento.

Um livro simples, à moda do autor, mas capaz de mudar vidas. Se está à procura de um incentivo para ser uma pessoa mais completa e mais dona de si e das suas escolhas, então esta é uma leitura mais do que recomendada.


O Líder Sem Título
De: Robin Sharma
Ano: 2010
Editora: Lua de Papel
Páginas:192

A nossa pontuação: ★★★★☆

Disponível no site Wook onde podem adquirir o livro com 20% de desconto.

A biblioteca de Cincinnati, EUA, tem às suas portas esta fantástica fonte composta por livros feitos em cerâmica. De acordo com a biblioteca, a fonte representa o livre curso de ideias e pensamentos através da palavra escrita. Uma bonita homenagem que também enche a vista.


200 anos se passaram desde a morte de Jane Austen e em jeito de homenagem a escritora vai ter o seu rosto e uma das suas personagens nas notas de 10 Libras. A partir de 14 de setembro, a autora de, por exemplo, Orgulho e Preconceito, uma das obras mais importantes de sempre, vai ser lembrada desta forma e também numa nova moeda de 2 Libras.

Jane Austen torna-se assim na primeira autora a ter a ser homenageada desta forma. No entanto, há uma curiosidade caricata e que está a levantar alguma polémica. Foi incluída uma citação de Orgulho e Preconceito: "I declare after all there is no enjoyment like reading!" - à partida uma boa frase para ser colocada. Só que no livro é proferida por uma personagem que odeia ler, e que apenas o diz para se aproximar de Mr. Darcy...

Independentemente disso é uma óptima homenagem pelo Banco de Inglaterra.

Via The Guardian


Ann tem 16 anos e é a única sobrevivente de uma guerra nuclear que destruiu vidas humanas e devastou o território. Inexplicavelmente, o vale onde Ann morava com a família manteve o ar e a terra limpas e livres de radiação. Ela viu a sua família sair em busca de algo novo e a nunca mais voltar.

Sem pensar que voltaria a ver outra pessoa novamente, e depois de tanto tempo a viver sozinha com a sua horta e os seus animais, Ann vê ao longe sinais de uma fogueira, que se vai aproximando dia após dia. Fica dividida entre a alegria de ver outro ser humano e o medo de este não vir por bem. E é com esse espírito que se esconde e observa o homem que chega vestindo um fato de protecção e com uma botija de ar e um atrelado a reboque.

Quando se sente segura, dá início a um processo de conhecimento mútuo, e apesar de o estranho ser reservado e não querer contar muito da sua vida, Ann acaba por agradecer a sua presença e a fazer planos para o futuro que partilharão. No entanto, nada é assim tão simples, e uma relação que começa por ser fraternal dá lugar à animosidade e à desconfiança.

Vi o filme baseado neste livro há uns tempos, e gostei bastante. A questão é que não têm nada em comum, à excepção da premissa inicial - uma guerra nuclear que destruiu tudo e todos. No livro, Ann é uma adolescente. No filme, é uma mulher feita interpretada por Margot Robbie. Com uma idade mais aproximada do seu visitante, a relação é mais romântica. E, mais importante do que tudo, no filme há dois visitantes, interpretados por Chris Pine e Chiwetel Ejiofor, o que muda todo o enredo drasticamente.

Para além disso, só ao ler o livro percebi o significado do título original - "Z for Zachariah", que não vou desmistificar e esperar que leiam. No filme tinha ficado a leste quanto a este ponto. De qualquer modo, a leitura e o filme valem igualmente a pena. É uma história misteriosa, um thriller diferente do habitual. No livro, a voz da ação é um pouco mais adolescente, visto a protagonista o ser, o que lhe dá um sentido diferente, mas não menos bom. Por fim, quero só mencionar que o livro tem mais de 40 anos, coisa que só descobri depois de ler, e fiquei maravilhada com a visão futurista apresentada na altura.


Os Últimos na Terra
De: Robert C. O'Brien
Ano: 1974
Páginas: 168
Editora: Editorial Presença

A nossa pontuação: ★★★★☆
Disponível no site Wook.

Os Estados Unidos têm, pela primeira vez, uma mulher à frente do país. E é neste cenário, que podia ser o actual, que se desenrola este thriller. Numa visita à Noruega, à partida um país seguro e pacífico, a Presidente Helen Lardahl Bentley simplesmente desaparece do quarto de hotel onde permaneceu.

Sem qualquer rasto, sem imaginarem como a mulher mais importante do mundo simplesmente se desvaneceu sem deixar rasto numa suíte vigiada, com vários relatos confusos de avistamentos por parte de testemunhas, as autoridades estão completamente desorientadas. Esta premissa por si só é interessante o suficiente para compor um livro aceitável. Mas não é o caso. Foi uma desilusão. Explicando.

É simplesmente uma seca. Tudo demora imenso tempo a acontecer. As descrições das situações, das personagens, dos cenários, são longas, desconexas, pouco interessantes e em nada contribuem para o desenrolar da história. A linguagem usada é um bocado fria, os diálogos são irreais, enfim, em resumo, não sei como aguentei até mais de metade do livro. Estava à espera que melhores páginas viessem. Só que não.

Esta autora norueguesa é bastante aclamada no género thriller e talvez lhe dê outra oportunidade noutro livro, mas este para mim foi uma má experiência. Não considero que seja uma ideia difícil de levar para a frente, simplesmente as cartas não foram bem jogadas.


A Senhora Presidente
De: Anne Holt
Páginas: 296
Ano: 2011
Editora: Contraponto

A nossa pontuação: ★★☆☆☆
Disponível no site Fnac

Esta é, possivelmente, a canção mais cantada e com a letra mais reconhecível logo depois do hino nacional. Já ouvi chamarem-lhe de tudo : "Anel de rubi", "Mesmo sabendo que não gostavas", "Não se ama alguém que não ouve a mesma canção", "Aquela do Rui Veloso que fala do Tivoli"...

Primeiro, não é do Tivoli, é do Rivoli (Lisboetas, malandrecos, a quererem ficar com a música para eles)... Segundo, a música chama-se "A Paixão (segundo Nicolau da Viola)", mas certo certo é que bastam uns acordes de harmónica para a loucura se instalar e todos, jovens e menos jovens, começarem a cantar como se lhes escapasse o coração pela boca.

Já tive o prazer de ver o Rui tocar ao vivo umas quatro vezes e chamo-lhe Rui porque já são tantos os anos em que as músicas dele me falam "áialma" que o Rui é como se fosse família. Vem dos tempos das cassetes e do walkman colorido da Sony, e ainda hoje toca no meu smartphone chinês, sempre para me animar o espírito enquanto o afoga na candura delicodoce desta sua música. 

Podem dizer que a letra não é das mais complexas, que as rimas são simples, e que parece um poema de um adolescente, mas não é exactamente dessa pureza juvenil que nascem as melhores memórias e as mais belas histórias de amor? E não deve um poema falar ao coração com essa mesma pureza e beleza?

Digam-me, há lá coisa melhor do que o casamento da lírica com a composição entre o Carlos Tê e o Rui Veloso? Pelo menos no mundo da música, não sei se há. Não sei mesmo.

Ora vamos lá, soltem os pulmões e.... bem, esta dispensa letra. Messsssmooooooooo sabeeendo que não gostavas, empenheeeeiiii o meu aneeeel de ruuubiiiiii... 


Esta é a sequela do The Shining. Dan Torrance, o miúdo que viveu horrores no hotel Overlook, é agora um adulto atormentado pela sua capacidade especial, o tal "brilho", e decidiu afogá-lo e adormecê-lo na bebida. Devido a estes abusos, tomou muitas decisões que o corroem por dentro.

À deriva e sem rumo, acaba por conhecer pessoas que o levam a querer mudar de vida e a assentar. E é nessa fase da sua vida que aparece Abra, uma menina que tem "o brilho" mais intenso que ele já sentiu. À medida que vai crescendo, e apesar dos quilómetros entre eles, vão comunicando telepaticamente, criando uma amizade fora do comum.

E é quando Abra é uma adolescente e precisa da ajuda de Dan que finalmente se conhecem pessoalmente. Só duas pessoas com "o brilho" se podem entender e ambos sabem o que é lidar com a incompreensão. Abra conta a Dan sobre uma comunidade que lhe quer fazer mal, um grupo de pessoas, não necessariamente humanas, que querem alimentar-se do brilho dela para continuar a viver.

Abra e Dan vão fazer de tudo para os impedir, assim como algumas pessoas à sua volta que acabam por confiar neles e nas suas capacidades, levando a uma grande odisseia em nome da sobrevivência dos bons da fita.

Normalmente, afasto-me a sete pés destes temas paranormais. Mas, sendo o meu querido Stephen King, e uma sequela de um dos meus livros preferidos, dei a oportunidade e não me arrependi. Está tão cheio de suspense e tão bem construído que segui o livro a arfar por mais uma página. Tem mistério, e aquela capacidade única de nos deixar agarrados à história e às fantásticas personagens, super bem caracterizadas e que nos inspiram tantos sentimentos. Viciante.

Doutor Sono
De: Stephen King
Ano: 2013
Editora: Bertrand
Páginas: 584

A nossa pontuação:  ★★★★☆
Disponível no site Wook.



Livro da pesada
As mais de 500 páginas desta odisseia tornam este livro um elegível para esta categoria... Ideal para: dar uma marretada na cabeça dos que duvidam das suas próprias capacidades!
Mostrem-lhes esta imagem 😋 Vai uma linguiça filosofal?



Livros que dão origem a filmes há aos pontapés; já casos de filmes que inspiram livros são mais raros. Mas é este o caso. O livro "Alien - O 8º Passageiro" é baseado no argumento original do filme.

Quase todos já viram o filme, é daqueles clássicos imperdíveis e que vão ficar para sempre na história do cinema. Escuso de contar a história. O que posso dizer é que, ainda assim, vale a pena ler o livro. Mesmo tendo visto o filme tantas vezes, não deixou de ser super emocionante. E percebemos melhor os sentimentos que atravessam os personagens, os seus medos e desconfianças. Sabemos o que lhes passa pela cabeça sem a necessidade da vocalização ou expressão física.

E é muito mais completo. Provavelmente cortaram muitas cenas do filme para não ficar demasiado longo, porque há situações bastante significativas no livro que não constam na película. Depois de ter terminado a leitura, revi o filme e, pela primeira vez nestas décadas de Alien, senti que faltava qualquer coisa.

É uma adaptação notável de Alan Dean Foster, sem dúvida.

Alien - O 8º Passageiro
De: Alan Dean Foster
Ano: 1979
Editora: Publicações Europa-América
Páginas: 200

A nossa pontuação: ★★★★☆
Disponível no site Wook.

Robin Sharma é um dos autores motivacionais mais influentes e mais lidos da actualidade. É dono de um dom único para ir de encontro às necessidades mais prementes dos seus leitores e possibilitar a todos estratégias simples de desenvolvimento pessoal.

É o autor de um dos mais conhecidos livros do mercado do Coaching "O Monge que Vendeu o Seu Ferrari" e tem sido mestre para muitas pessoas que procuram mudar de vida: emprego, relações amorosas, conflitos internos. Hoje falamos da obra "O Santo, o Surfista e a Executiva", que nos leva pelos caminhos da excelência pessoal através da história de Jack Valentine, um jovem de carreira promissora que sofre um acidente de viação que vai mudar a sua vida.

Jack, como muitos de nós, quer resposta às dúvidas mais comuns na sociedade actual: como posso ser mais feliz, dar mais aos outros, ser mais pleno e mais verdadeiro? Estas respostas vão ser acordadas dentro de si por três mestres que vão partilhar com Jack o caminho para Si Mesmo e, consequentemente, para a Felicidade.

Será Jack capaz de vencer os seus medos e a sua desconfiança natural e embarcar numa viagem inesperada pelo mundo? Terá ele coragem para enfrentar os desafios e mudar de vida e, acima de tudo, de pensamento e atitude?... E nós, seremos capazes?

"O Santo, o Surfista e a Executiva", um livro de aprendizagem essencial para quem quer crescer por dentro de tal forma que a sua vida exterior seja um reflexo da magnificência da interior.


O Santo, o Surfista e a Executiva
De: Robin Sharma
Ano: 2014
Editora: 11 x 17
Páginas:272

A nossa pontuação: ★★★★☆

Disponível no site Wook onde podem ler uma pequena amostra do livro.





Quem trabalha ou já trabalhou num escritório já sentiu o que é odiar alguém que temos de ver todos os dias; ou assistiu a comportamentos insólitos, bisbilhotice elevada ao cubo, e muito mais. Este livro é um relato exaustivo de alguns dias passados numa agência de publicidade, que, ainda por cima, está a passar por maus momentos e vê os despedimentos tornarem-se também assunto do dia.

Facadinhas nas costas, empregados obcecados pelo trabalho e outros obcecados com as pausas, muitas conversas na copa, técnicas para parecer que se está cheio de trabalho, colaboradores enraivecidos e com desejos de vingança, romances sórdidos no escritório, tudo isto e mais se passa neste livro, que já foi comparado com a série The Office.

Tem partes muito divertidas e faz soltar umas gargalhadas, especialmente a quem, como eu, trabalha em escritório e sente empatia com as várias situações e se consegue ver na pele de alguns personagens.

A narrativa não segue uma situação ou enredo específico, estando "all over the place" todo o tempo, e talvez seja a parte mais negativa. É um livro longo e que descreve todas as situações muito ao pormenor, e quando não existe uma linha de pensamento e seguimento na narrativa pode aborrecer um pouquinho. Mas gostei!

Então Chegámos ao Fim
De: Joshua Ferris
Ano: 2007
Editora: Casa das Letras
Páginas: 360

A nossa pontuação: ★★★☆☆
Disponível no site Wook.