O narrador assiste à queda de um pequeno avião no pantanal. No local, viu que nada podia fazer pelo piloto. Levou alguns pertences dele: o relógio, a mochila, que tinha o telemóvel, e ainda uma surpresa: um quilo de cocaína.
Manteve a boca fechada em relação à sua descoberta, e só partilhou com um amigo a questão da droga - queria a sua ajuda para a vender e ganhar uns trocos extra. Quando as notícias do desaparecimento do piloto começaram a espalhar-se o peso na consciência também apareceu, mas quiseram as circunstâncias da vida que viesse a trabalhar para os pais dele, e que, claro, se tenha metido em confusões por causa da venda da cocaína.
A narrativa acompanha este homem desde que achou aquela pequena fortuna no pantanal até ao momento em que o seu plano para sair incólume da confusão criada é posto em prática. O stress é crescente e o ritmo alucinante - não temos hipótese de descanso - mas a ação decorre a um ritmo natural. Parece que estamos a assistir a um bom thriller, lendo.
Ele passa por momentos de verdadeiro aperto, por dificuldades com a vizinhança, com as mulheres, com os dealers, luta com a sua consciência, vê-se metido numa data de enrascadas, mas a estrutura está muito bem feita e o relato parece completamente real.
O ponto mais negativo da leitura é ter-se mantido no português do Brasil original. Acho que a editora devia ter revisto esta opção. Apesar de todos sabermos que "ônibus" é "autocarro", ou que "cara" pode ser "gajo", há inúmeras expressões que nunca tinha visto. As estruturas do diálogo e o tratamento por "você" no nosso "tu" também criam dificuldades. Demorei imenso tempo a entrar nos eixos e a conseguir ter uma leitura disruptiva.
Fica a sugestão para a editora para eventuais próximas edições. Apesar deste "contratempo", é um livro da autora brasileira Patrícia Melo que vale bem a pena.
Ladrão de Cadáveres
De: Patrícia Melo
Ano: 2012
Editora: Quetzal
Páginas: 208
A nossa pontuação: ★★★★☆
Disponível no site Wook.
Manteve a boca fechada em relação à sua descoberta, e só partilhou com um amigo a questão da droga - queria a sua ajuda para a vender e ganhar uns trocos extra. Quando as notícias do desaparecimento do piloto começaram a espalhar-se o peso na consciência também apareceu, mas quiseram as circunstâncias da vida que viesse a trabalhar para os pais dele, e que, claro, se tenha metido em confusões por causa da venda da cocaína.
A narrativa acompanha este homem desde que achou aquela pequena fortuna no pantanal até ao momento em que o seu plano para sair incólume da confusão criada é posto em prática. O stress é crescente e o ritmo alucinante - não temos hipótese de descanso - mas a ação decorre a um ritmo natural. Parece que estamos a assistir a um bom thriller, lendo.
Ele passa por momentos de verdadeiro aperto, por dificuldades com a vizinhança, com as mulheres, com os dealers, luta com a sua consciência, vê-se metido numa data de enrascadas, mas a estrutura está muito bem feita e o relato parece completamente real.
O ponto mais negativo da leitura é ter-se mantido no português do Brasil original. Acho que a editora devia ter revisto esta opção. Apesar de todos sabermos que "ônibus" é "autocarro", ou que "cara" pode ser "gajo", há inúmeras expressões que nunca tinha visto. As estruturas do diálogo e o tratamento por "você" no nosso "tu" também criam dificuldades. Demorei imenso tempo a entrar nos eixos e a conseguir ter uma leitura disruptiva.
Fica a sugestão para a editora para eventuais próximas edições. Apesar deste "contratempo", é um livro da autora brasileira Patrícia Melo que vale bem a pena.
Ladrão de Cadáveres
De: Patrícia Melo
Ano: 2012
Editora: Quetzal
Páginas: 208
A nossa pontuação: ★★★★☆
Disponível no site Wook.